terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Crônica de amor

Vanessa Cardozo.



Ansiosa, porém confortada, tentava manter a cabeça no lugar, pensamentos percorriam todo o seu corpo, entretanto, uma imobilidade pareava no ar, sim – ela já não sentia mais vontade de lutar por ele, seu instinto de leoa estava calejado, apesar do velho desejo de esperança.
Parava em frente ao espelho, arrumava os longos cabelos e balbuciava, numa espécie de monologo interno, todas as palavras que queria dizer - Ah, como tinha a dizer!
Era rainha desse castelo chamado “dizer”, dessa coisa de formatar opiniões, tinha pensamentos para tudo (incluindo os provenientes de seu humor irônico característico), e saberia que expondo a idéia certa poderia fazer o sapo se apaixonar, fechava então os olhos para eternizar aqueles pensamentos: - Ele é meu, meu, meu (...) meu.
Suspirava certeira, mirando como uma águia o foco no horizonte, preenchendo vigorosamente a sua alma, numa injeção de ânimo para quebrar a incrível muralha de gelo, que cercava o coração do “sapo-rapaz”.
- Ligo ou não ligo? Digo que estou com saudades?
- Hum, sei não! , eu não deveria ligar para ele, da última vez falou que iria me ligar, e nada! ....
De tudo, convenhamos! , nossa protagonista estava longe de ser uma simples pateta (a fórmula química do amor ainda não danificara o seu raciocínio lógico), mas uma autêntica “pateta consciente” (O que modifica toda a nossa história), capaz de reconhecer a imprestabilidade das atitudes do “sapinho querido”, medindo cada centímetro desse relacionamento duvidoso.
Exalando, por fim, todo o seu instinto ardiloso e ao mesmo tempo divino (a dita cuja, era determinada, fazer o que?), pegou o telefone, num impulso premeditado, digitou os oito números e antes que ele pudesse falar qualquer coisa, seu coração ficou feliz!
- Alô,
- Oi... Saudades! , vamos nos ver?
- Vamos sim.
- Que horas?
- Te ligo mais tarde...
- Então to bom vai ficar esperando, hein, me liga mesmo, beijinhos!
Sempre a mesma coisa, sem tirar, nem pôr. Sentia-se como uma criança, serelepe, saltitante, realizada! , enquanto seu lado garota contentava-se com o hoje , a mulher interior gritava , uivava, por satisfações, completamente indignada.
Fingir que nada aconteceu? Já era de lei, tal fato, tornou-se tão constante que sua psique havia delatado qualquer senso de cobrança, ou atitude impulsiva, tudo para conquistar os “ventrículos anfíbio”. Pensou em energia , conexão , racionalizou e por fim optou pela emoção , desconsertada
Sorriu quase conformada, a ponto de elaborar mais um raciocínio: -Seja o que Deus quiser!
Esse pensamento transmitia paz, segurança, pensar que aquele sentimento estava nas mãos de alguém completamente capaz para julgar sua vida, já que nesse ponto sentia-se frustrada e muitas vezes incapaz de tornar seu sonho realidade.
Entretanto um calafrio percorria a espinha, quando uma indagação obvia invadia seu ser: Será que talvez ele não seja a minha? E se nada disso der certo?
. Nesse momento o coração acelera, descompassado, entra em estado de pânico!
- Que coisa esquisita, ora bolas! , melhor não pensar nisso. Será que é?
Tarde demais, o coração sentindo-se ameaçado, manda ao cérebro mensagem de esperança, e apesar de todos os defeitos, atitudes, e falta de caráter do pobre sapo, ela bem sabe que dentro dele existe um lindo príncipe. E o orgulho? A ascensão da mulher no século XXI?? Aquele papo de insubmissão e coisa e tal? Esqueça! Isso é uma crônica de amor, e por ser, pede-se mais fé que a razão.

Um comentário:

Anônimo disse...

handicapped carpi surpluses summer impressive outline hockly proverbial pacts pauses fofuekzrk
lolikneri havaqatsu